Nona Sinfonia de Beethoven revela novos detalhes sobre o cérebro humano

Publicado em: 04/07/2020 às 20:59
Foto

Quase 200 anos depois da morte de Beethoven, a maior obra do músico alemão permite aumentar o conhecimento do cérebro humano e provar a existência de células conceituais nele, revela uma investigação internacional, cujo estudo foi publicado na revista científica Scientific Reports. Na compreensão de conceitos abstratos, como notas musicais, intervêm neurônios individuais chamados células conceituais, cuja existência a equipe de investigadores conseguiu demonstrar treinando com a Nona Sinfonia de Beethoven.

O surgimento de conceitos abstratos no cérebro humano foi associado a uma interação complexa de muitos neurônios, mas este estudo agora desmantela essa hipótese e mostra que, na realidade, em cada termo abstrato, apenas alguns neurônios ou células conceituais interviriam. O mesmo se aplica à música, para distingui-la do ruído: cada nota requer conceitos musicais específicos.

Para levar a cabo o estudo, os investigadores criaram uma rede neural de 3.200 células na camada seletiva e 1.600 na camada conceitual. Inicialmente, as células gravavam ondas sonoras aleatoriamente, incapazes de detectar a qual nota pertenciam. “No entanto, após muito treino, como foi demonstrado na experiência com a Nona Sinfonia de Beethoven, os neurônios processaram as informações recebidas, sendo capazes de determinar qual a nota ouvida, atuando como células conceituais”, disse o coautor Valeri Makarov, citado pela Europa Press. Assim, quando a nota ‘fa’ soa, a sua célula conceitual associada era ativada.

O investigador está “convencido” do grande impacto que essa descoberta tem para a ciência fundamental, pois descobre os princípios do funcionamento do cérebro e também em aplicações como o desenvolvimento de novos algoritmos para a inteligência artificial. As redes neurais artificiais tentam copiar a estrutura e a função do cérebro. Hoje, estas redes já superam o homem em tarefas relativamente fáceis, mas ficam muito atrás nas habilidades cognitivas.

“Para avançar nesta capacidade, é necessário entender como o cérebro” entende “o nosso ambiente”, justifica o investigador da UCM.



Fonte: Espaço PB com Zap – Foto: Reprodução – contato@espacopb.com.br

Comentários: