‘Mutilando a árvore da vida’: perda de vida selvagem é cada vez mais acelerada

Publicado em: 19/09/2023 às 11:05
Foto

Pesquisadores alertam que grupos de espécies animais estão desaparecendo a uma taxa 35 vezes superior à média, devido à atividade humana. Essa descoberta sugere que estamos testemunhando uma sexta extinção em massa na história da Terra, que está ganhando velocidade.

Os cientistas investigaram a taxa de extinção de espécies animais estreitamente relacionadas nos últimos 500 anos e constataram que, na ausência da influência humana, teria levado 18 mil anos para que essas espécies desaparecessem. No entanto, a taxa atual de extinção está aumentando rapidamente.

Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences revelou que, desde 1500, pelo menos 73 grupos de espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios foram extintos. Se as tendências anteriores de extinção pré-humana fossem mantidas, apenas dois grupos deveriam ter desaparecido nesse período. Entre as espécies extintas estão os pássaros-elefante de Madagascar, os moas da Nova Zelândia e os comedores de mel moho havaianos.

As causas incluem a destruição de habitats, a crise climática e o comércio de vida selvagem, prevendo-se que as perdas aumentem nos próximos anos. No pior cenário, se todos os grupos de espécies atualmente ameaçadas desaparecerem até o final do século, a taxa de extinção será 354 vezes superior à média dos últimos milhões de anos.

O estudo se concentra em “gêneros”, que são grupos de espécies intimamente relacionadas. Os pesquisadores esperavam que os gêneros tivessem uma taxa de extinção menor do que as espécies individuais, mas descobriram que eram semelhantes.

Estudos anteriores estimaram que, antes da influência humana, quase um em cada 10.000 gêneros seria extinto a cada século. Como existem cerca de 5.400 gêneros de vertebrados conhecidos, excluindo peixes, esperaria-se a extinção de um gênero a cada 250 anos sob essas taxas.

Os autores do estudo, Prof. Gerardo Ceballos e Prof. Paul Ehrlich, já haviam alertado que a taxa de extinção atual é comparável à extinção que exterminou os dinossauros, e enfatizam que essa perda representa uma ameaça à persistência da civilização humana.

Embora haja contestações sobre a afirmação de uma sexta extinção em massa, uma avaliação da ONU em 2019 destacou que 1 milhão de espécies estavam em risco de extinção devido às pressões humanas sobre o meio ambiente.

O professor Ceballos afirmou que os resultados do estudo foram mais alarmantes do que o esperado, mas ainda acredita que há tempo para agir e evitar o colapso dos ecossistemas.

Outros especialistas alertam que a estrutura da natureza como a conhecemos está em sério perigo, e apelam para ações imediatas por parte de governos, empresas e do público para mitigar essas perdas devastadoras, lembrando que a extinção é irreversível e que o impacto sobre nossa própria espécie é incerto e arriscado.



Fonte: espaçopb@gmail.com com Anda

Comentários: