Democratas desistem de convocar testemunha para impeachment de Trump, e julgamento prossegue

Publicado em: 13/02/2021 às 15:40
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O julgamento do impeachment de Trump no Senado entrou na reta final neste sábado (13) após certa confusão porque anteriormente a Casa havia aprovado a convocação de testemunhas, o que poderia adiar a votação final em até vários dias. A aprovação havia ocorrido tomada para que os democratas possam chamar uma congressista republicana como testemunha.

Mas, após um recesso, a acusação contra Trump negociou com a defesa e desistiu da ideia de convocá-la, permitindo que uma votação final possa ocorrer ainda neste sábado.

Os deputados democratas que atuam como promotores no caso queriam convocar a representante republicana Jaime Herrera Beutler para depor.

O chefe da acusação, o deputado Jamie Raskin, leu em voz alta uma declaração de Herrera Beutler para ficar registrada no processo, e então nenhum dos lados pediu para haver convocação de mais testemunhas.

A ideia da convocação da deputada republicana veio após surgir a notícia de que Trump disse a um importante congressista republicano que a multidão que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro estava "mais chateada" com sua derrota nas eleições do que os legisladores.

Raskin observou que os democratas também querem acesso às comunicações da deputada com o líder da minoria republicana da Câmara, Kevin McCarthy, e às notas que ela fez sobre uma conversa entre Trump e McCarthy durante o ataque ao Capitólio.

Um julgamento mais longo poderia frustrar os esforços do presidente democrata Joe Biden de superar logo as controvérsias em torno de seu antecessor e levar adiante sua própria agenda legislativa sobre o combate à Covid-19 e medidas de recuperação econômica.

Herrera Beutler é uma de dez deputados de seu partido que votaram pelo impeachment de Trump na Câmara no mês passado. Ela relatou nesta-sexta-feira (12) em um comunicado os detalhes de uma ligação entre Trump e o principal deputado republicano da Câmara, Kevin McCarthy.

"'Bem, Kevin, acho que essas pessoas estão mais chateadas com a eleição do que você'", teria dito Trump, segundo Beutler. Ela afirmou que Trump inicialmente negava que seus apoiadores estivessem envolvidos no ataque, alegando que a multidão era membro do movimento de esquerda Antifa, o que McCarthy rejeitou.

Trump, que deixou o cargo em 20 de janeiro, é o primeiro presidente americano a ter impeachment aprovado duas vezes na Câmara, bem como o primeiro a enfrentar um julgamento desse tipo após deixar o cargo.

Se condenado, o Senado poderia votar para impedi-lo de concorrer a um cargo novamente. No entanto, a condenação é considerada improvável, já que pelo menos 17 republicanos na Casa de 100 assentos teriam que se juntar aos 50 democratas para considerar o ex-presidente culpado. O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, deve votar pela absolvição de Trump, disse uma fonte familiarizada com a situação no sábado.



Fonte: EspaçoPB com G1 - contato@espacopb.com.br

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