Rússia registra primeira vacina contra novo coronavírus

A Rússia tornou-se nesta terça-feira (11) o primeiro país do mundo a registar uma vacina contra o novo coronavírus, anunciou o presidente russo, Vladimir Putin, acrescentando que uma das suas filhas já foi inoculada. “Esta manhã foi registada, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus”, disse Putin durante uma reunião com membros do governo russo.

De acordo com o chefe de estado, a vacina russa é eficaz e superou todas as provas necessárias, assim como permite uma imunidade estável em face à covid-19. A vacina foi desenvolvida pelo instituto Gamaleya, em Moscou, e foi aprovada nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde russo, depois de dois meses de testes com humanos.

Putin acrescentou que uma das suas duas filhas já recebeu uma dose da vacina e sente-se bem. As autoridades russas já haviam anunciado que os profissionais de saúde, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a serem inoculados.

No entanto, muitos cientistas no país e no estrangeiro questionaram a decisão de registar a vacina antes de os cientistas completarem a chamada fase três do estudo. Essa fase, por norma, demora vários meses e envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona.

Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, a vacina vai entrar em circulação em 1º de janeiro de 2021. Nas últimas semanas, a Rússia garantiu a produção de milhares de doses de vacinas contra o novo coronavírus e vários milhões no princípio do próximo ano.

A pandemia de Sars CoV-2 já provocou mais de 733 mil mortos e infectou mais de 20 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.