Ritual da morte de culto pré-histórico pode ter desencadeado revolução na arte neolítica

Publicado em: 18/07/2020 às 23:55
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Uma equipe de arqueólogos encontrou, na Jordânia, mais de 100 estatuetas que representam seres humanos e que datam de 7.500 a.C.. Os objetos foram descobertos próximo a um local de escavação neolítico em Kharasyin, no vale do Rio Zarqa, e teriam sido usados por um culto pré-histórico.

O sítio arqueológico foi escavado em 2014, mas o artigo científico com as descobertas foi publicado no dia 7 deste mês na Antiquity. A análise dos artefatos foi realizada pelo Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha e pela Universidade de Durham, no Reino Unido.

Inicialmente, a equipe presumiu que os objetos podem ter sido usados como ferramentas até terem sido criadas as formas humanoides. No entanto, uma análise posterior sugeriu que fossem figuras representando seres humanos, uma ideia que ganhou força à medida que a investigação foi aprofundada.

Os arqueólogos concluíram, assim, que os objetos foram usados “durante rituais mortuários e cerimônias fúnebres que incluíam a extração, manipulação e enterro de restos mortais”. Apesar de a equipe ter mantido o ceticismo em relação a essa teoria durante muito tempo, as provas do ritual pré-histórico eram inequívocas, avalia o All That’s Interesting.

O fato de essas figuras terem sido descobertas muito perto de antigos cemitérios não é um acaso: os especialistas acreditam que esse processo de desenterrar mortos e criar estatuetas pode ter levado os primeiros humanos a retratar seres humanos na sua arte, ao invés de animais. Ainda assim, os detalhes específicos das crenças dessa comunidade permanecem incertos. Os especialistas sugerem que as figuras eram representações dos mortos para homenagear os seus antepassados.

Apesar das representações mais antigas de seres humanos terem sido encontradas na Alemanha (e terem cerca de 35 mil anos), essa representação de seres humanos nunca foi encontrada na Jordânia antes do oitavo milénio a.C..



Fonte: Espaço PB com Zap – Foto: Kharaysin Archaeological Team – contato@espacopb.com.br

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