Quilombos registram uma morte por dia por causa do coronavírus

Publicado em: 05/07/2020 às 20:15
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Nos quilombos da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, a covid-19 fez vítima uma das mais importantes figuras quilombolas do estado, região que lidera as mortes entre quilombolas no país: 36 óbitos. “Dona Uia era uma biblioteca viva, era a grande liderança que lutava pela questão territorial. Uma mulher honesta, sincera, que ganhou credibilidade e as comunidades começaram a reivindicar seus direitos”, conta Jane Oliveira, sobrinha de Carivaldina Oliveira da Costa, a dona Uia.

Ela deixou seis filhos, oito irmãos e sua mãe, Dona Eva, a matriarca de 110 anos do Quilombo da Rasa, com quem compartilhava as histórias, os cantos e a memória. Eva, que ainda não sabe da morte da filha, foi testada e o resultado para covid-19 foi negativo.

Conhecida pelo sorriso largo, dona Uia faleceu no último dia 10 de junho, em Búzios, a 170 quilômetros da capital fluminense. Dois dias antes de morrer, ela buscou o posto de saúde da região com febre e outros sintomas. Retornou para sua casa, mas continuou a se sentir mal. Internada na madrugada do dia 9 de junho, faleceu no dia seguinte, uma semana depois de completar 79 anos. Descendente de escravizados, ela ajudou na difusão da história de seu povo e capitaneou o movimento quilombola na região desde o final dos anos 1990.

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Fonte: Espaço PB – Foto: André Cypriano – contato@espacopb.com.br

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