Que história é essa de universo paralelo descoberto pela Nasa?

Publicado em: 22/05/2020 às 10:47
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Foi só um raio cósmico que atingiu um detector na Antártica de um jeito estranho. O que também é legal. Um universo paralelo está mandando recadinhos para nós, terráqueos, na forma de partículas de altíssima energia. E a Anita (não seria a Pablo Vittar?) tem algo a ver com a história. Ou pelo menos isso é o que você entendeu se andou lendo as notícias de astronomia nas últimas 24 horas. Estão rolando por aí chamadas do tipo “Nasa descobre possível universo paralelo onde tempo passa ao contrário”, que deixaram leigos fãs de Asimov ouriçados.

Vamos explicar melhor, com a honra, glória e auxílio dos astrônomos e físicos que estão no Twitter esclarecendo a situação. Começando do começo. Aperte os cintos que o papo é longo. O primeiro passo é entender o que é um neutrino: Você é feito de átomos. Átomos de hidrogênio, oxigênio, carbono. Esses átomos, por sua vez, têm um núcleo que consiste em prótons e nêutrons. E esses prótons e nêutrons são feitos de partículas ainda menores, os quarks. Moral da história: um quark é algo menor do que a menor coisa que você é capaz de imaginar. É tão pequeno que nem pode ser subdividido.

Há outras partículas que gozam do mesmo status do quark – isto é, partículas fundamentais, que não são feitas de outras partículas. Elas são, ao todo, 17. Algumas são bem familiares para você: os elétrons que correm na rede elétrica da sua casa, por exemplo. Ou os fótons, as partículas da radiação eletromagnética. Sem fótons, não há luz nem rádio, nem TV, nem telefone, nem 3G.

Há uma teoria chamada Modelo Padrão que descreve essas 17 partículas fundamentais e as forças igualmente fundamentais que regem a interação entre elas. Basicamente tudo o que você pode ver ou tocar pode ser explicado pelo Modelo Padrão.

E é lá, num cantinho meio desanimado do Modelo Padrão, que ficam os neutrinos. Ao contrário dos quarks, elétrons e fótons, os neutrinos não têm função nenhuma na nossa vida. Passam batido por tudo: uma parede de chumbo de 10 cm de espessura é capaz de proteger você dos resíduos radioativos de uma bomba nuclear, mas você precisaria de dois anos-luz de chumbo se quisesse impedir um feixe de neutrinos de te atingir.

Os neutrinos, porém. são capazes de fazer um negócio legal. Quando um neutrino de energia altíssima está viajando dentro de um meio como o gelo, por exemplo, ela acaba atingindo uma velocidade superior à da luz naquele meio.

Você talvez se lembre de que nada é mais rápido do que a luz – é a primeira informação que vem à mente quando falamos de Einstein –, mas há um detalhe aqui: nada é mais rápido que a luz no vácuo, onde ela alcança 299 milhões de metros por segundo. A luz, no gelo, alcança “só” 229 milhões de metros por segundo. E aí dá para ganhar a corrida. Se você for, por exemplo, um neutrino de altíssima energia.

A possibilidade da coexistência do nosso mundo com outro é bastante intrigante. Ela propõe a existência de uma espécie de universo contrário dominado pelo que chamamos de antimatéria, que remonta ao Big Bang e possui propriedades espaciais invertidas em relação às nossas, obedecendo à simetria fundamental da regra de carga, paridade e tempo (CPT) em maior escala.



Fonte: Espaço PB com Super – Redação: contato@espacopb.com.br

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