É enganosa a postagem indicando que o governo da Paraíba teria gastado R$ 28,8 milhões para comprar três mil máscaras de proteção contra a covid-19 em processo de licitação, o equivalente a R$ 9,6 mil a unidade. O valor é resultado de um erro de digitação, reconhecido pela administração estadual. No Portal da Transparência, o gasto está corrigido: R$ 9,6 mil é o valor global do contrato. O valor unitário de cada máscara foi de R$ 3,20. O desmentido é do Projeto Comprova, publicado pelo jornal Correio Braziliense.
Publicações no Twitter enganam ao afirmar que o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) teria desembolsado os R$ 28,8 milhões. Um dos autores dessas publicações nas redes sociais é o deputado estadual Cabo Gilberto (PSL), alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que teria pretensão de se candidatar em 2022 para comandar o Poder Executivo paraibano.
O valor de R$ 28,8 milhões havia sido divulgado de forma equivocada pelo próprio governo no Portal da Transparência por um erro de digitação, segundo informações da Controladoria Geral do Estado (CGE). A correção foi feita no dia 13 de novembro e divulgada em redes sociais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) da Paraíba, órgão para o qual foram adquiridas as máscaras.
Ainda assim, a história continuou circulando nas redes com um print que se assemelha a uma versão antiga da nota no Portal da Transparência. A postagem do deputado bolsonarista, por exemplo, foi realizada no dia seguinte, quando o valor correto já estava disponível para consulta pública.
O Projeto Comprova procurou os autores. Um deles não tinha a opção de mensagem direta no Twitter, enquanto que, para o deputado, foram enviados e-mails e mensagens, mas ele não respondeu. O Comprova também entrou em contato com uma página no Instagram que teve um vídeo mais antigo contestado pelo Detran-PB, mas não houve resposta.
O Comprova considerou o conteúdo enganoso porque usa dados imprecisos e confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Para conferir a veracidade do contrato exposto nas postagens, o Comprova fez uma pesquisa no Portal da Transparência do governo da Paraíba. Na página, foi identificado o mesmo número contratual apresentado na publicação, mas com valores muito inferiores ao divulgado nas redes sociais. Clique aqui para a reportagem original no Correio Braziliense.
Fonte: Espaço PB com Correio Braziliense – Foto: Reprodução – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com
Comentários: