Obra de pintor paraibano integra exposição em São Paulo

Publicado em: 08/05/2022 às 23:10
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A pintura ‘Circo Garcia’ (1954), de autoria do artista paraibano Hermano José, está integrando a mostra ‘Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil’, em exposição no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, e ficará em exibição até o dia 7 de agosto deste ano. A ação de difusão da obra do artista foi realizada por meio de uma parceria entre o Museu Casa de Cultura Hermano José da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Sala Hermano José e a Pinacoteca da UFPB.

Esta é a primeira vez que um processo de empréstimo, por meio de parceria entre instituições, formaliza a saída de uma obra do acervo da UFPB. O processo foi acompanhado pela vice-reitora Liana Filgueira e o ato foi assinado pelo reitor da UFPB, Valdiney Gouveia. A parceria interinstitucional também envolveu o restauro da obra, que é de 1954.

A ação integra a programação de comemorações do centenário do artista, que acontece ao longo do ano de 2022. A curadoria é por conta dos pesquisadores Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos e Raphael Fonseca e com consultoria de Fernanda Pitta.

O objetivo da mostra é refletir criticamente sobre o centenário da Semana de 22, repensando a centralidade do evento a partir de uma ampliação cronológica e geográfica das manifestações modernistas, propondo ao público a certeza de que a noção de arte moderna no Brasil é tão diversa quanto as múltiplas culturas, sotaques e narrativas que compõem um país de dimensão continental.

A inserção de ‘Circo Garcia’ faz parte dessa proposta de redimensionamento dos modernismos brasileiros externos ao eixo Rio-São Paulo. Sob resguardo da Pinacoteca UFPB, a obra de 1954 é uma tela pintada a óleo que retrata um dos mais longevos e populares circos da história nacional. O artista chegou a fazer duas pinturas sobre o circo, uma mostrando o exterior, com suas lonas e contextualização espacial, e a outra representando o picadeiro, com o espetáculo iniciado, sendo esta segunda tela a exposta na mostra.

A exposição é dividida em quatro núcleos temáticos, sendo a tela ‘Circo Garcia’ componente do Terceiro Núcleo – ‘Eu vou reunir, eu vou guarnecer’, dedicado ao tema das festas, do espaço como liberdade e da diversidade cultural brasileira. Artistas modernos viram nas brincadeiras populares, em seus brincantes e suas formas de expressão o caminho do novo, do sentimento de identidade da aldeia e da metrópole. É como se, por meio da festa e da melancolia, fossem revisados os principais predicados do modernismo nacional, incluindo aqui uma imensa utopia pelo informal, espontâneo, descontraído, falado e distenso das ruas.

Nesse núcleo é possível ver a obra de Hermano José em diálogo com a de outros artistas, como Dimitri Ismailovitch, Djanira, Heitor dos Prazeres, DJ Oliveira, Franklin Cascaes, Eros Volúsia, Rubem Valentim e Lasar Segall.



Fonte: Espaço PB com Ascom-UFPB (Walter Arcela) – Foto: Rafael Salim – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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