Morte de homem negro não é primeiro caso de violência protagonizada em hipermercados do Carrefour

Publicado em: 21/11/2020 às 03:55
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Na noite da quinta-feira (19), véspera do ‘Dia Nacional da Consciência Negra’, um homem negro foi assassinado em uma unidade da rede de hipermercados Carrefour, na zona norte de Porto Alegre (RS). Identificada como João Alberto Silveira Freitas, a vítima tinha 40 anos e foi espancada por seguranças do local após uma suposta discussão com funcionários da empresa.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que o Carrefour protagoniza casos de morte, racismo e agressão em suas dependências. O hipermercado já foi acusado de esconder o corpo de um funcionário que morreu no local, culpado pela morte de um cachorro e pela agressão de clientes.

Em agosto deste ano, Moisés Santos, funcionário da rede em Recife (PE), sofreu um infarto enquanto trabalhava na loja. Para garantir que o hipermercado continuasse a atender os clientes que circulavam pelo espaço, funcionários cobriram o corpo de Moisés com tapumes e guarda-sóis. O corpo ficou no local das 8h às 12h, até ser retirado por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML).

A situação gerou revolta nas redes sociais. À época, o Carrefour lamentou a morte de Moisés. Em nota, disse que foi “um triste acontecimento para todos os colaboradores”. O hipermercado também afirmou que todos os protocolos de funcionamento da rede foram revisitados.

“O inesperado falecimento do senhor Moisés Santos, vítima de um infarto, foi um triste acontecimento para todos colaboradores. O Carrefour sente muito e informa que, por conta do ocorrido, revisitou seus protocolos, implementando a obrigatoriedade de fechamento das lojas para fatalidades como essa”, diz trecho.

Em novembro de 2019, um cachorro foi agredido por um segurança do Carrefour em Osasco (SP). Câmeras de segurança mostram o momento em que o homem leva o cachorro para os fundos da loja. Ele usa uma barra de ferro para bater no cão.

Segundo testemunhas, o cachorro – apelidado carinhosamente de Manchinha – circulava pelo estacionamento da loja há semanas e foi acolhido por funcionários e clientes do hipermercado. Depois da agressão, ele chegou a ser socorrido por veterinários, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

O caso revoltou internautas, famosos e ativistas pelos direitos dos animais. O supermercado teve que firmar um termo de compromisso com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a prefeitura da cidade, e foi obrigado a pagar R$ 1 milhão a um fundo criado pelo município.

Do valor, R$ 500 mil foram destinados à castração de cães e gatos, R$ 350 mil para a compra de medicamentos para animais do Hospital Veterinário Municipal e R$ 150 mil para a aquisição e entrega de rações para ongs e associações da cidade.

Em nota, a empresa reconheceu o problema e disse que implementaria um “extenso plano de ação em prol da causa animal, estruturado com apoio de diversas ongs e entidades, com ações em curso na cidade de Osasco e no país”.



Fonte: Espaço PB com Metrópoles (Rebeca Borges) – Foto: Reprodução – contato@espacopb.com.br

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