“Maternidade” era utilizada para reprodução de escravos na Paraíba, revela pesquisa

Publicado em: 28/10/2020 às 10:35
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O escritor Laurentino Gomes (na foto), em uma de suas expedições antropológicas, visitou uma região chamada de “maternidade”, utilizada para a reprodução de escravos na Paraíba. O pesquisador considera como um dos lugares mais sombrios da história da escravidão no Brasil. A “maternidade” fica localizada na área rural do município de Remígio, na Região do Agreste paraibano.

O local era destinado à reprodução em alta escala, de forma sistemática e os bebês eram comercializados em vendas locais. O portal de notícias paraibano ClickPB teve acesso ao conteúdo, ao analisar a publicação do pesquisador feita na terça-feira (27) em seu perfil no Twitter.

De acordo com o professor, o fazendeiro Domingos Jorge Torres, na primeira metade do século XIX, usou parte de suas terras na cidade paraibana para montar as senzalas da “maternidade”. “As escravas ficavam grávidas, tinham os filhos, e depois o Jorge Torres vendia-os na região”, explica.

Ainda segundo ele, existem poucos registros na história do Brasil acerca de “senzalas maternidades”. Já nos Estados Unidos existe bastante registro histórico desses locais, país que obteve um grande negócio no estado da Virginia, onde existiram “criatórios” de escravos depois da proibição do tráfico negreiro africano em 1808.

Ainda segundo ele, pelas leis da escravidão, “cabia ao senhor o controle da reprodução física dos escravos, cujos filhos não lhes pertenciam. A própria sexualidade, portanto, estava sob domínio senhorial. Há notícias de recém-nascidos arrematados em leilões ou oferecidos em anúncios de jornais”, relata.

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Fonte: Espaço PB – Foto: Reprodução – contato@espacopb.com.br

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