Homens invadem ato no Rio e um deles derruba cruzes que lembram mortos pela Covid

Publicado em: 11/06/2020 às 17:52
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Um protesto da ONG Rio de Paz na areia da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, terminou em confusão na manhã desta quinta-feira (11). Segundo os organizadores do ato, um homem invadiu o ato e derrubou cruzes que foram fincadas na areia para representar os mortos pela pandemia do novo coronavírus.

O protesto cobra ações do governo federal frente à pandemia do novo coronavírus. Cerca de 40 voluntários cavaram 100 covas rasas na areia, simbolizando as mortes pela Covid-19 no país. Ainda de acordo com membros da ONG que organiza os protestos, os homens que retiraram as cruzes eram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

O grupo contrário ao protesto pacífico se juntou no calçadão e começou ofender os organizadores da manifestação. Entre os revoltados, um senhor entrou na areia e começou a retirar as cruzes que faziam parte da instalação. "Nós estávamos ouvindo muitas expressões de ódio no calçadão, pessoas nos provocando. Mas um senhor decidiu derrubar as cruzes, mesmo sem que nós tivéssemos reagindo", contou António Carlos.

Na sequência da confusão, um cidadão que também acompanhava o protesto decidiu recolocar as cruzes no lugar e defendeu a manifestação contra os apoiadores do governo. Ele se disse pai de uma das mais de 40 mil vítimas da Covid no país.

"É uma manifestação pacífica. O mesmo direito que vocês tem de tirar eu também tenho de colocar. Meu filho morreu com 25 anos. Ele era saudável. Vocês têm que respeitar a dor das pessoas", disse o rapaz em um vídeo postado nas redes sociais da Ong.

Manifestação

Os voluntários iniciaram o ato às 4h, em frente ao Hotel Copacabana Palace. Nas covas, penduraram bandeiras do Brasil e cartazes. De acordo com Antônio Carlos Costa, presidente da Rio de Paz, as covas são uma alusão aos cemitérios lotados no país, como o de Manaus.

"Ali, nós temos primeiro as imagens das mortes que estão acontecendo simultaneamente e, por trás delas, famílias que ao mesmo tempo estão administrando sofrimento invisível de entes queridos. Ela traz a nossa mente o fato de que os mais necessitados estão sendo atingidos frontalmente, estão morrendo, sendo enterrados em covas rasas", diz Antônio.

Entre as reivindicações do protesto, estão a assistência às famílias em situação de vulnerabilidade durante a crise do coronavírus, um profissional de medicina à frente do Ministério da Saúde e a exigência de cronograma com metas dos governos federal, estadual e municipal para o combate efetivo da doença.

"O que nós esperamos com a manifestação é uma mudança dessa situação de crise. O que mais poderia ajudar agora é conhecer o cronograma, saber o que vai acontecer daqui a um, dois meses, para onde o país está indo. Mas não há metas, não há planejamento. Não houve um só momento que o presidente da república tenha expressado compaixão, solidariedade pelos que sofrem", afirma o presidente da ONG.

 

 



Fonte: Espaço PB com G1 – Redação: contato@espacopb.com.br

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