Empresário “Rei do Ouro”, ex-prefeito e criador do “Putanic” morre de covid-19 aos 70 anos

Publicado em: 06/03/2021 às 11:55
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Vítima da covid-19, morreu na madrugada dessa sexta-feira (5), em um hospital particular de Macapá, capital do Amapá, o empresário Idemar Sarraf Felipe, o Barbudo Sarraf, de 70 anos, ex-prefeito do município de Laranjal do Jari, sul do Amapá. Ele estava internado havia pelo menos três semanas.

Com atuação no garimpo, Barbudo Sarraf chegou a ser chamado de o “Rei do Ouro” e nas entrevistas costumava se exibir com quase três quilos de joias de ouro puro, pulseiras, anéis, palito, armação de óculos, cinto e umas barbas de palmo e meio. Foi assim, por exemplo, que ele se apresentou nos programas de Gugu Liberato, Ratinho e Conexão Repórter, todos do SBT.

Antes de se tornar garimpeiro, Barbudo Sarraf, que nasceu em Almeirim, estado do Pará, em 22 de julho de 1950, foi pescador e taxista, Ele se tornou uma figura lendária de Laranjal do Jari e em todo o Brasil por suas extravagâncias com ouro.

No ano de 2005, ele inaugurou uma boate flutuante, a Balsa do Barbudo (apelidada pelo próprio de “Putanic”), oferecendo entretenimento às pessoas do Vale do Jari enquanto subia e descia o rio. A Balsa do Barbudo era uma espécie de boate flutuante com quatro andares e ambientes para a população se divertir.

Idemar Felipe também foi candidato a prefeito de Laranjal do Jari e a deputado estadual. Na eleição de 2008, quando foi candidato a prefeito pela coligação ‘Laranjal que Merecemos’, encabeçada pelo PSDB, seu partido conseguiu 25.86 % dos votos, a segunda maior votação, perdeu com a diferença de apenas 412 votos para a primeira colocada, Euricélia Cardoso. Ele voltou a ser candidato a prefeito em 2012, mas perdeu.

Barbudo chegou a ser diplomado prefeito e governou a cidade por sete meses, entre maio e dezembro de 2009, quando Euricélia Cardoso teve seu diploma de candidatura cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP).

No período em que esteve à frente da Prefeitura de Laranjal do Jari, a principal realização foi o polêmico aterramento da área destruída pelo incêndio de outubro de 2008, onde se localizava o centro comercial da cidade.

Em entrevista ao blog Gemas do Brasil, em julho de 2014, Barbudo Sarraf disse que tinha o suficiente para não precisar mais trabalhar. As economias foram sacadas dos bancos a partir do Plano Collor e investidas em ouro, terras, gado, telefones e motores para dragas de garimpo. A aventura teve um preço. Sarraf havia perdido a conta das malárias que contraiu; sofria de uma gastrite que o obrigava a moderar na bebida; e tinha dois medos na vida: de ser preso e de morrer. Porque, como ele mesmo dizia, “no garimpo não tem brabo, só medroso; ninguém discute; saca logo a arma e mata”.

Dos planos que fazia, o que mais o animava era eleger-se prefeito. Barbudo chegou a depor como testemunha na CPI do Narcotráfico, em Macapá.



Fonte: Espaço PB com Diário do Amapá (Paulo Silva) – Foto: Divulgação – contato@espacopb.com.br

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