Brasil é o país onde a covid-19 mais mata jornalistas: já são 111 vítimas

Publicado em: 17/03/2021 às 08:40
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Em um ano de pandemia, pelo menos 878 jornalistas morreram de covid-19 em 70 países, segundo a organização Press Emblem Campaign, com sede em Genebra, na Suíça. A América Latina lidera a lista de mortes por região, com mais de 460 casos. E o Brasil tornou-se o país com mais vítimas, um total de 111, passando a ocupar a posição que desde o início da crise era do Peru.

A organização destacou o avanço rápido da doença entre profissionais de imprensa no país, que figura como o de pior registro em 2021: 50 mortes em apenas dois meses. O caso mais recente da lista é o do jornalista e escritor Nilo Alves, de Palmas, no Tocantins.

Depois do Brasil, seguido pelo Peru, a sequência de países onde mais jornalistas morreram infectados pelo novo coronavírus, que causa a covid-19, são: México, Índia, Itália, Bangladesh, Estados Unidos, Equador, Colômbia, Reino Unido, Paquistão, Turquia, Panamá, Bolívia, Rússia, Ucrânia e Espanha.

A Press Emblem Campaign dedica-se a monitorar violência contra jornalistas. Desde o início da crise de saúde pública passou a acompanhar o drama dos profissionais de imprensa vítimas da covid-19. A lista da entidade inclui um perfil de cada vítima, como forma de humanizar os números da doença.

Em maio do ano passado, o registro já era alto: 64 mortes em 24 países. Em novembro subiu para pelo menos 462 jornalistas de 56 países – um aumento de mais de sete vezes. Nesse mesmo período, o número total de mortes por pandemia em todo o mundo aumentou cinco vezes, de acordo com o Johns Hopkins Coronavirus Resource Center.

A diferença entre regiões é brutal. Na Europa, foram 158 mortes. A Itália figura como a nação da região onde mais jornalistas perderam a vida para a covid-19, um total de 49. Na Ásia, a Índia aparece na liderança, mas não há números confiáveis de alguns países, como a China.

“Os profissionais da mídia têm um papel importante a desempenhar na luta contra o novo coronavírus. A segurança deles está particularmente em risco nesta crise, pela necessidade de trabalhar no campo. Vários morreram por falta de medidas de proteção adequadas ao fazerem seu trabalho”, diz o relatório.

Os dados da instituição dizem respeito apenas a jornalistas que morreram com covid-19 cujos casos foram divulgados na mídia local, referenciados por associações de jornalismo ou registrados por correspondentes regionais da entidade.

“O que me surpreende é que, ao contrário da crença comum, muitos jornalistas morreram relativamente jovens”, disse Blaise Lempen, secretário-geral da PEC, em uma entrevista à Global Investigative Journalism Network.

“Em países desenvolvidos, como Itália, Estados Unidos e Grã-Bretanha, a maioria dos jornalistas que morreram de covid-19 tinha mais de 70 anos, mas em países em desenvolvimento, como Brasil, Índia ou África do Sul, eles eram mais jovens – a maioria deles na casa dos 50 ou 60 anos”.

Ele acrescentou que é sempre difícil saber a origem da doença, mas acredita que muitas das infecções aconteceram no trabalho.



Fonte: Espaço PB com jornal A União (Jorge Rezende) – Foto: Reprodução – contato@espacopb.com.br

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