Audiência criminal dura três dias e bate recorde na Paraíba

Publicado em: 29/09/2020 às 22:59
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Uma audiência criminal realizada na última semana na Comarca de Cajazeiras, no Sertão paraibano, registrou um recorde local, durando um total de três dias, sendo interrogados 55 réus e ouvidas 67 testemunhas. A audiência de instrução e julgamento foi da ação penal dos envolvidos na ‘Operação Ponto 50’, deflagrada pela Polícia Civil paraibana na cidade e municípios circunvizinhos em 2019, e que investigou a prática de crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Segundo o juiz da 2ª Vara Mista de Cajazeiras, Thiago Rabelo, a ação penal foi apresentada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) após uma série de interceptações telefônicas feitas pela Polícia Civil e que resultou no cumprimento de mandados de apreensão e busca de quase 70 alvos. “Depois da conclusão, foi oferecida a denúncia e eu recebi. Dividi o processo em três para facilitar a instrução, por causa da quantidade de pessoas e por não ter como fazer a audiência de forma telepresencial. Desse modo, os processos ocorreram em dias consecutivos”, explicou o juiz.

As audiências, realizadas em três dias da semana passada, foram feitas no salão do Tribunal do Júri da Comarca. Conforme o magistrado, foram seguidas as recomendações e restrições sanitárias, a exemplo do uso de máscaras, proibição do acesso ao público e higienização de todos os participantes. “Os advogados e promotores ficaram em bancadas separadas e todos se submeteram à aferição da temperatura”, afirmou.

Ao todo, foram 17 horas de audiência. Após a finalização da instrução, foi dado um prazo de 15 dias para as alegações finais, devido à complexidade do caso. O juiz Thiago Rabelo destacou, dentre os desafios dessa ação penal, o tempo entre a oferta da denúncia, que foi em julho de 2019, e a audiência, feita em setembro de 2020.

“Mesmo com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), que suspendeu os atos processuais, conseguimos fazer tudo rápido. Processos criminais com poucos réus ou até mesmo um levam um tempo maior. Com pouco mais de um ano da denúncia e em meio à pandemia, conseguimos, basicamente, encerrar o processo, faltando, apenas, as alegações finais e sentença. Some-se a isso a digitalização dos processos e os outros feitos que não pararam”, comentou.



Fonte: Espaço PB com Gecom-TJPB (Celina Modesto) – Foto: Reprodução – contato@espacopb.com.br

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