Unidade Tambaú da FCJA será inaugurada e aberta ao público neste mês de março

Publicado em: 20/03/2025 às 23:10 - Atualizado em: 21/03/2025 às 09:05
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Com abertura liberada ao público a partir do dia 31 de março, a Fundação Casa de José Américo (FCJA) vai inaugurar no próximo dia 28, às 15h, a sua primeira unidade externa, que irá funcionar em um prédio do Bairro de Tambaú. No ano dos 45 anos de criação da instituição que preserva a memória e a obra do escritor José Américo de Almeida, a FCJA estará expandindo sua configuração física. O novo equipamento está localizado à Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 122, no Bairro de Tambaú, em João Pessoa.

“O novo equipamento é uma unidade de expansão avançada da Fundação Casa de José Américo, com algumas facetas”, explica o presidente da FCJA, Fernando Moura. “A primeira delas é a de poder acomodar os acervos existentes e os que estão sendo anexados ao repertório bibliográfico, documental e arquivístico da instituição”.

A Unidade Tambaú é, conforme Moura, uma forma de expandir o serviço da Fundação e, ao mesmo tempo, criar uma nova leva de usuários. “Por conta do tempo em que a FCJA já existe, quarenta e cinco anos, os pesquisadores iniciais ou medianos estão envelhecendo, ou já morreram, ou não têm mais disposição em mergulhar em pesquisas mais aprofundadas, e a gente tem que formar nova geração de pesquisadores. Afinal de contas, o acervo existente na Fundação é um dos mais importantes existentes na Paraíba”.

E o presidente ainda justifica a criação da Unidade Tambaú levando-se em conta que, de 2020 para cá, por exemplo, a FCJA teve o acréscimo de vários arquivos de pessoas vivas e falecidas, a exemplo de personagens como Severino Ramos, Wálter Galvão, Hélio Zenaide, Willis Leal, Deusdedit Leitão, Martinho Moreira Franco, Sérgio Rique, Cristovam Tadeu… E de uma série de outros paraibanos, da área literária, da música, das artes de uma forma geral.

Outro aspecto é sociopedagógico: é permitir que uma geração que desconhece o papel da FCJA possa ter um acesso mais lúdico, mais rápido, mais interativo com os serviços e arquivos da própria Fundação. “Tanto é que, para lá, nós estamos encaminhando alguns arquivos que despertam o interesse maior dessa população”. Entre as novas atrações na Unidade Tambaú estarão a GibiZeca e a Cordelteca, além dos acervos de Simeão Leal, dos negativos fotográficos do Palácio da Redenção, dos acontecimentos históricos do ano de 1930 e uma parte da Hemeroteca da instituição.

“Teremos acervos de cidadãos ainda vivos, como Chico Pereira, Ana Isabel de Souza Leão Andrade, Irene Rodrigues da Silva Fernandes, Janete Lins Rodriguez, eu próprio estou cedendo parte do meu acervo para a Fundação. Lá vai ser um repositório desses tesouros existentes aqui, de forma que a gente facilite a vida do pesquisador e estimule o fluxo de pesquisa, porque, na medida em que a gente tematiza e organiza, você induz os pesquisadores, estudantes, professores, de uma forma geral, a se debruçar sobre temas que lhes interesse, já com um repertório minimamente analisado”, completa Fernando Moura.

A GibiZeca é um projeto que envolve e está ligado às revistas em quadrinhos, produzidas por Maurício de Sousa, com todos os componentes pedagógicos adequados a uma relação de proximidade com o mundo infanto-juvenil, com contações de histórias, oficinas, feitura de quadrinhos. Também está sendo destinando para o novo equipamento o acervo de história em quadrinhos da Paraíba, que tem uma importância reconhecida nacionalmente.

A Cordelteca é um acervo de cordel já bastante significativo na FCJA. São milhares de cordeis que irão para a Unidade Tambaú, cujo acervo tem sido ampliado gradativamente e hoje a instituição dispões de um repertório bastante significativo, inclusive para pesquisa.

Outro exemplo de acervo que irá para Tambaú, um dos mais importantes já incorporados à Fundação, é o acervo de Simão Leal. Ele foi o primeiro grande editor público do Brasil. Quando morreu na década de 1990, ele morava no Rio de Janeiro e a família doou o acervo para o Governo do Estado da Paraíba. São mais de cinco mil livros, com um repertório amplo de temas. É uma biblioteca que tem livros autografados por Carlos Drummond de Andrade, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, entre outros intelectuais brasileiros.

Além dos livros, o acervo tem a documentação completa de Simeão Leal, como correspondências e obras de arte. “São mais de 600 obras de arte, das quais a grande maioria é pintada por ele próprio”, aponta Fernando Moura, que ainda destaca os acervos dos negativos fotográficos existentes no Palácio da Redenção desde a década de 1960 e do Ano de 1930.

“É o ano mais significativo da história da Paraíba, com a Revolta de Princesa, o assassinato de João Pessoa, a própria Revolução de 1930, a ascensão de José Américo como governador momentâneo da Paraíba e que depois foi ministro da Viação e Obras... Então, nós estamos nos preparando, com um grupo de pesquisa, para fazer um levantamento bibliográfico de tudo que for possível sobre 1930 e ficar lá, na Unidade Tambaú, à disposição dos pesquisadores”.

A Unidade Tambaú também vai abrigar outros acervos bastante significativos: o turismo, o São João, o Carnaval, a Festa das Neves, o cinema - a Academia de Cinema da Paraíba (ACP), por exemplo, vai funcionar lá - e os acervos dos ex-presidentes da FCJA e da própria história da Fundação. “O objetivo é estimular a pesquisa, a história e a cultura da Paraíba e, ao mesmo tempo, atrair novos públicos para a instituição”. A FCJA foi criada pela Lei 4.195, de 10 de dezembro de 1980, e inaugurada em janeiro de 1982.



Fonte: Espaço PB com FCJA – Foto: Divulgação – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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