Saga de uma negra paraibana em busca de sua alforria é tema de novo folheto de cordel de jornalista guarabirense

Publicado em: 19/11/2021 às 20:35 - Atualizado em: 19/11/2021 às 22:00
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O jornalista e radialista paraibano Dalmo Oliveira lança neste sábado (20), Dia da Consciência Negra, o seu segundo folheto de cordel: ‘A Peleja da Alforriada no Tribunal da Paraíba’. Com mediação da cordelista Cristine Nobre, o lançamento ocorrerá às 17h, de forma virtual no YouTube, e para acompanhar o evento basta clicar aqui.

O folheto é baseado em uma pesquisa da historiadora Solange Rocha e no romance ‘A Preta Gertrudes’, de 2018, de M. C. de Albuquerque, que conta a história emblemática de uma negra paraibana que se tornou um paradigma no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), ainda na época das províncias.

“A peleja dessa mulher negra para garantir seu direito à alforria é um exemplo humanitário para negros e não-negros. É um farol para as mulheres e um modelo de como a diversidade racial pode ser construída na Paraíba devido ao convívio multirracial que aqui se deu a partir de 1500”, destaca Dalmo Oliveira, que também é colaborador da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACV-PB), com sede no município paraibano de Itabaiana.

O jornalista revela que ouviu pela primeira vez um pedaço da história de Gertrudes Maria por meio da historiadora Solange Rocha numa das várias reuniões que ele participava com ativistas do Movimento Negro de João Pessoa.

“Naquela época, a gente estava tentando uma interlocução com a prefeitura e a câmara de vereadores da capital para trocar o nome da Praça Barão do Rio Branco, no centro histórico de João Pessoa, pelo nome da ex-escravizada nascida em Cabedelo, que ganhava a vida com seu tabuleiro de quitutes e guloseimas na região central”.

Natural de Guarabira, na Região do Brejo paraibano, Dalmo Oliveira da Silva radicou-se em João Pessoa, onde formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Morou em Petrolina (BA), em Recife (PE), Maceió (AL) e atualmente está residindo (novamente) em Campina Grande, interior paraibano.

Ele mesmo descreve a sua africanidade: “Simpatizo muito com Angola, Nigéria (Kaó Kabiesilé!), Senegal, Guiné-Bissau, Benim, Mali, Egito, África do Sul e, óbvio, Etiópia. Sou católico apostólico romano e xangozeiro, sendo ogã suspenso por Oxum no Ilê Asè Omidewà”.

Web-radialista e anarquista (“quando posso”, destaca ele), Dalmo Oliveira já atuou no Sindicato dos Jornalistas da Paraíba (Sinjor-PB) e é mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi o primeiro presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial na Paraíba e, como ativista social, construiu sua trajetória política na Juventude Franciscana (Jufra) e no movimento estudantil do campus I da Universidade Federal da Paraíba nos anos de 1980 e 1990.

Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), ele ressalta: “Defendo as teses do socialismo libertário”, acrescentando que tem Mikhail Bakunin, Wilhelm Reich e Darcy Ribeiro como gurus. Para mais informações, contato com o telefone (83) 98207-4700.



Fonte: Espaço PB – Jorge Rezende – Foto: Reprodução – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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