Relação sexual entre animais do mesmo sexo está ligada a diminuição de conflitos e criação de vínculos

Uma pesquisa publicada nesta terça-feira na revista científica “Nature Communications” aponta que o relacionamento sexual entre animais do mesmo sexo pode ser uma estratégia para estabelecer e manter vínculos sociais e até a mitigar conflitos.

Os cientistas se concentraram na análise do comportamento encontrado em 261 espécies de mamíferos, mas a vida sexual entre animais do mesmo sexo já foi relatada em 1,5 mil espécies, de invertebrados (como aranhas e insetos) a vertebrados (peixes, anfíbios, répteis e aves, além dos mamíferos que foram o alvo da pesquisa).

No novo estudo, que apontou que o comportamento é prevalente em primatas não humanos, desde lêmures até macacos, os cientistas mostram que:

O comportamento sexual ocorreu tanto em machos quanto em fêmeas (seja em cativeiros ou em ambientes selvagens).

O relacionamento entre animais do mesmo sexo foi encontrado em 261 espécies de mamíferos.

Estão incluídos no comportamento: namoro, contato genital, cópula e união de pares.

O registro foi feito mais em adultos do que em animais jovens.

Atividade sexual entre animais do mesmo sexo pode ajudar os mamíferos a estabelecer e manter relações sociais e até a mitigar conflitos.

Os autores pesquisaram a literatura para compilar uma base de dados e apontar quais espécies sociais têm maior probabilidade de apresentar esse tipo de comportamento, sugerindo que ele pode ajudar a manter a “paz” na comunidade, com relações sociais positivas para formar laços e alianças, e contribui para diminuir a agressão e o conflito intrasexual.

“Os exemplos incluem bonobos, chimpanzés, carneiros selvagens, leões, lobos e várias espécies de cabras selvagens”, pontua o estudo.

Eles também relataram que o comportamento sexual era prevalente em machos e fêmeas, mas entre machos tinha maior probabilidade de evoluir onde adultos matam uns aos outros, podendo ser uma adaptação para controlar a violência entre eles.

O estudo pode ter algumas limitações, “causadas pela falta de informação sobre o comportamento sexual de muitas espécies de mamíferos e pela existência de dados incompletos (falsos negativos)”.