Poeta paraibano Jessier Quirino retorna aos palcos neste mês de julho

Publicado em: 15/07/2022 às 19:40 - Atualizado em: 15/07/2022 às 20:32
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Após dois anos de cortinas fechadas devido à pandemia do novo coronavírus, que provoca a covid-19, o poeta paraibano Jessier Quirino retorna aos palcos nos próximos dias 21 e 22 de julho em Recife, com o espetáculo ‘Sem Freio e Sem Vexação’, no Teatro do Parque. Os ingressos estão sendo vendidos por meio de site (clique aqui) e na Livraria Jaqueira (Praça da Jaqueira e Recife Antigo) Os preços estão R$ 100,00 (inteira), R$ 50,00 (estudante) e R$ 80,00 com um quilo de alimento (inteira social). A classificação é de 12 anos.

Autor de inúmeras obras poéticas, seus livros infantis foram adotados na rede de ensino de Pernambuco e sua produção já foi usada em questão de vestibular e monografia em Ouro Preto (MG), além de trabalhos acadêmicos em vários estados do país, tamanho é seu reconhecimento em nível nacional.

“Para essas coisas das artes, sou eu e a Torre de Pisa: sempre tive inclinação”, dispara o arquiteto, escritor, homem de palco e criador de causos Jessier Quirino. Depois de atuar por 26 anos na arquitetura (de 1982 a 2008), inclusive na criação de projetos para grandes concessionárias de automóveis da Fiat, ele entendeu que sua vocação maior era arquitetar versos e estrofes.

Os tempos de linhas retas dos desenhos arquitetônicos foram substituídos pelas pautas dos cadernos, onde anota suas observações permanentes do cotidiano, combustível da sua inconfundível poesia matuta, difundida para todo o Brasil por meio de livros, vídeos na internet, participações em programas de tevê e shows em teatros.

No seu canal do YouTube (clique aqui), batizado de ‘Papel de Bodega’, ele já conquistou mais de 112 mil inscritos, contando causos, declamando poemas, cantando e batendo papo com artistas como Flávio José e Zé Lezin, em um cenário produzido pelo próprio Jessier. Já no Instagram (@jessierquirino), o poeta já conta com mais de 56 mil seguidores.

“Eu sou um assíduo prestador de atenção das coisas do mato, uma pessoa permanentemente atenta às palavras: palavras em desuso, palavras ditas de forma espontânea, o coloquial da feira, do comércio, do mecânico, das pessoas que falam seu linguajar nos seus guetos, tudo isso para mim importa”, afirma. “Sou um anotador compulsivo”.

“Fiz Arquitetura, mas durante todo esse tempo que me dediquei ao desenho também me interessei pelas questões da rima, da poesia popular. Eu me formei na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), atuei como arquiteto, descobri a poesia como uma arma de sobrevivência para me sobressair ao universo hostil da sala de aula, já que eu era uma pessoa tímida”, diz.

Segundo ele, com o tempo, dois pontos convergiram para que o seu caminho se distanciasse da arquitetura: por um lado, a automação da produção dos projetos arquitetônicos e, por outro, a própria vida que sua atuação como escritor e poeta foi ganhando, fazendo com que passasse a receber convites cada vez mais frequentes para espetáculos. “Quando o AutoCAD entrou na feitura dos projetos arquitetônicos, eu fui me distanciando dessa ferramenta. Minha coisa enquanto arquiteto era o desenho do próprio punho”, conta.

Mesmo com a mudança de rumo, Quirino frisa que a relação da Arquitetura com a poesia permaneceu. “Em tudo eu procuro a forma, o equilíbrio, a métrica, o peso. Participo muito da construção dos meus cenários, do meu próprio escritório, que chamo de minha budega”, explica. Outro elemento que traz da experiência como arquiteto para o conto dos causos é sua memória visual. “Quando conto algum causo, vai se passando um cineminha na minha mente”.

Um de seus poemas, intitulado ‘Cumeeira de aroeira lá da casa grande’, costuma encantar os colegas arquitetos, já que é praticamente uma planta baixa falada de uma casa de fazenda mobiliada, descrita do ponto de vista da cumeeira, trazendo à tona a memória afetiva da arquitetura familiar sertaneja.

“Os causos são fruto de muita pesquisa. A gente tem que reunir o elemento-chave, que é o mote, o tema principal, e conduzir esse tema numa narrativa ágil para manter o público na mão e explorar isso com a temática rural, que é a que eu geralmente uso”, explica, ressaltando que uma de suas principais inspirações foi o poeta, cordelista e escritor paraibano Zé Laurentino, nascido em Puxinanã.



Fonte: Espaço PB com Assessoria (Rafaela Gambarra) – Foto: Rodrigo Alves – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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