Pesquisadores na Paraíba criam embalagem que evita surgimento de fungos no pão de hambúrguer

Publicado em: 29/05/2020 às 08:09
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Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram uma embalagem ativa para o pão de hambúrguer, a partir do óleo essencial de orégano. O produto foi desenvolvido pelo doutorando Flávio Gomes, sob a orientação da professora Solange de Sousa, no Laboratório de Desenvolvimento de Produtos e Análise Sensorial, no campus III, em Bananeiras.

A embalagem ativa interage quimicamente com o pão de hambúrguer para evitar o crescimento de fungos filamentosos. Ela aumenta o tempo de prateleira do alimento de dez para 25 dias, período no qual não ocorre o desenvolvimento dos organismos eucariontes. Além disso, viabiliza impressão global e atribui características sensoriais aceitáveis pelos consumidores, como odor e sabor de orégano.

A pesquisa surgiu quando foram observados relatos de consumidores que acabavam comprando pães de hambúrguer em supermercados e eram surpreendidos pelo surgimento de fungos, mesmo o produto estando dentro do prazo de validade estabelecido.

A produção da embalagem se deu a partir do uso do acetato de celulose, utilizando-se o método “casting”, técnica verde, por meio da qual é possível fabricar folhas de plástico biodegradável em larga escala, com a transformação de formulações aquosas de substâncias naturais (como o amido e o colágeno) em películas finas de alta transparência.

Para a obtenção de melhores resultados, foram testadas várias concentrações do óleo essencial de orégano e diversas análises microbiológicas, físico-químicas, sensoriais e de propriedades mecânicas.

De acordo com o pesquisador, o trabalho é impactante, pois, além de contribuir para a oferta de um produto de qualidade, traz respostas extremamente positivas, tanto para o comércio, devido ao aumento do prazo de validade, quanto para a saúde dos consumidores.

“Ao evitar o crescimento de fungos, evita-se doenças causadas pela ingestão de substancias químicas e tóxicas – as micotoxinas – produzidas pelos fungos”, afirma Flávio Gomes.

O invento possui patente registrada pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova) e foi desenvolvido de 2016 a 2018. “O projeto foi fruto do meu curso de mestrado, resultando em uma dissertação e em um artigo científico. Os resultados da pesquisa foram satisfatórios e contribuem para a resolução de uma demanda social”, comemora o pesquisador.



Fonte: Espaço PB com Ascom-UFPB – Redação: contato@espacopb.com.br

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