Mil moradores de cinco cidades paraibanas participam de pesquisa sobre sequelas da covid-19

Publicado em: 15/03/2024 às 21:30
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Habitantes dos municípios de João Pessoa, Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras irão participar da segunda fase de coletas de dados do 'Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de covid-19 no Brasil'. Durante o mês de março serão realizadas visitas domiciliares e entrevistas com 250 participantes em cada uma das cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos; outros 250 moradores serão de Sousa e Cajazeiras; totalizando mil entrevistas na Paraíba. Em todo o Brasil, 33.250 pessoas que tiveram covid-19 serão entrevistadas em 133 municípios.

A pesquisa, iniciada no último dia 11 é coordenada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde e encomendado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O objetivo é levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-covid (covid longa), que são as sequelas da doença.

“A ‘Epicovid 2.0’ faz parte do trabalho de fortalecimento do monitoramento da covid-19, que o Ministério da Saúde vem realizando desde maio de 2023”, explica a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. De acordo com a secretária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas, independentemente da gravidade da doença, desenvolvem condições pós-covid. Nesse sentido, segundo ela, é preciso apurar os dados relativos ao Brasil para ampliar serviços, como atendimento neurológico, fisioterapia e assistência em saúde mental.

De acordo com o epidemiologista Pedro Hallal, que irá coordenar o estudo, a expectativa é que o período de coleta dos dados dure entre 15 e 20 dias. “O ‘Epicovid 2.0’ é uma nova fase do estudo iniciado em 2020. Embora agora não estejamos mais sob uma pandemia grave como tivemos, o novo coronavírus continua na sociedade e seus efeitos na vida das pessoas também. Este agora é o nosso alvo, entender o impacto da doença na vida das pessoas e das famílias brasileiras”, explica.

A pesquisa usará informações de 250 cidadãos de cada um dos municípios que já fizeram parte das quatro rodadas anteriores do trabalho científico, em 2020 e 2021. Para isso, equipes de entrevistadores visitarão as residências para ouvir os moradores sobre questões centradas em pontos como vacinação, histórico de infecção pelo novo coronavírus, sintomas de longa duração e os efeitos da doença sobre o cotidiano.

Todos os participantes serão selecionados de forma aleatória, por sorteio. Somente uma pessoa por residência responderá ao questionário. Hallal esclarece que, diferente das primeiras etapas da pesquisa, na atual não haverá qualquer tipo de coleta de sangue ou outro teste de covid.

Além do Ministério da Saúde e da UFPel, estão diretamente envolvidas no estudo a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Todas as entrevistas serão realizadas pela empresa LGA Assessoria Empresarial, contratada pelo Ministério da Saúde para a tarefa após apresentar a melhor proposta em pregão eletrônico. Os profissionais que farão o contato direto com os moradores para a coleta dos dados receberam treinamento e estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA.

Para auxiliar com o processo de divulgação e esclarecimento da população, as prefeituras das 133 cidades envolvidas no estudo foram comunicadas do trabalho – por meio de suas secretarias municipais de Saúde – e participaram de reunião online com Pedro Hallal e integrantes do Ministério da Saúde. A orientação é que, em caso de dúvidas, os moradores entrem em contato com as prefeituras.

A empresa LGA também pode ser acionada por meio dos telefones (31) 3335-1777 e (31) 99351-2430. Informações sobre o ‘Epicovid 2.0’ também estão disponíveis nos sites do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas.

Entre 2020 e 2021, o ‘Epicovid-19’ serviu para traçar um retrato da pandemia que auxiliou cientistas e autoridades em saúde pública a compreender melhor os efeitos e a disseminação do novo coronavírus no país. Entre as principais conclusões, o estudo apontou que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior que os dados oficiais, com os 20% mais pobres tendo o dobro de risco de infecção em relação aos 20% dos brasileiros mais ricos.



Fonte: Espaço PB com Ministério da Saúde – Imagem: Reprodução – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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