Mãe Renilda inspira diretor paraibano que lança seu terceiro filme no Festival de Cinema de Brasília

Publicado em: 08/12/2023 às 20:25
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Natural de Bananeiras, na Região do Brejo da Paraíba, o diretor Thiago Costa lança seu terceiro curta-metragem, ‘Axé Meu Amor’, nesta segunda-feira (11), no Festival de Cinema de Brasília, um dos mais antigos do país e determinante para o protagonismo das produções no circuito audiovisual. O filme, que será debatido na manhã do dia seguinte ao lançamento, é resultado do Laboratório Negras Narrativas, promovido pela Amazon Prime Video.

O filme emenda o lançamento à Mostra Competitiva de Curtas, para o qual foi selecionado com mais onze produções, dentre quase mil inscritos. A mostra acontecerá no dia 16 de dezembro, durante o festival. Em 2022, no mesmo evento, com ‘Calunga Maior’, Thiago conquistou para a Paraíba o Prêmio de Júri Popular, o melhor filme pela crítica, o Abraccine, um dos prêmios mais importantes do país, melhor trilha, melhor edição e o Prêmio Zózimo Bulbul, de reconhecimento do cinema negro.

Thiago conta que ‘Axé Meu Amor’ é uma ficção que se baseia em histórias reais, a partir da vida da candomblecista Mãe Renilda. “É um filme que fala, sobretudo, sobre amor. Ele se propõe a pensar o axé, a vida de Candomblé, a vida de santo em um contexto cotidiano e sobre o encontro de Mãe Renilda com Vó Flor, que é o encontro que leva o Jeje Savalu para a Paraíba”, afirma o diretor.

A produção marca o início da parceria da Amazon com a Paraíba, visto que todo o processo, desde o Laboratório Negras Narrativas, durou quatro anos. Para Thiago, foi um grande passo em sua trajetória. “Foi muito importante para o amadurecimento da minha carreira no audiovisual participar desse processo. Pude agregar bastante conhecimento com o laboratório de roteiro da Amazon, que durou dois anos. Além disso, é um orgulho levar uma produção dessa dimensão para a Paraíba. ‘Axé Meu Amor’ é o primeiro filme que a Amazon financia no estado. Hoje já tem outros que foram lançados depois, então o filme tem essa vanguarda. Ele também é importante pelo fato de ter sido feito com minha família de santo, o que me deixou muito feliz. O filme tem esse mérito”, destaca.

O elenco, majoritariamente paraibano, conta com Mãe Renilda, Rejane Maia, atriz baiana que atuou no aclamado ‘Ó Paí Ó’, Vó Mera, Márcio de Paula, Laíz de Oyá e Sidney Rufino. O filme é uma realização da Apan (Quilombo do Audiovisual e do Cinema Negros), com apoio da Prefeitura de São Paulo e patrocínio da Amazon Studios, Amazon Prime Video, Proac (Programa de Ação Cultural de São Paulo) e da Odun Filmes.

O paraibano Thiago Costa, que também é artista plástico e escritor, tem investigado em seu trabalho a especulação da forma e materiais, metodologias de encantamento e tecnologias de fuga a partir da oralitura, habitando entre uma espécie de ruínas da linguagem e fabulação de possibilidades de relação com o indivíduo e a obra.

Premiado no Prêmio Museu é Mundo (2023), no Rumos Itaú (2020), no Prêmio Delmiro Gouveia – Fundação Joaquim Nabuco (2021) e Prêmio Negras Narrativas – Amazon Prime (2021), ele realizou a exposição individual ‘Igbaki ou o assentamento da anunciação’, com curadoria de Marcelo Campos na Caixa Cultural de São Paulo (SP); e ‘Banzo’, no Museu Murillo La Greca, com curadoria de Ariana Nuala, em Recife (PE) – (2019).

Thiago participou das exposições coletivas ‘Um oceano para lavar as mãos’, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano – Sesc Quitandinha –, em Petrópolis (RJ) – 2023; ‘Dos Brasis’, com curadoria de Igor Simões, Marcelo Campos e Lorraine Mendes, no Sesc Belenzinho, São Paulo (SP), em 2023; ‘Direito a forma’, com curadoria de Igor Simões e Deri Andrade, no Inhotim, Brumadinho (MG), em 2023; e ‘74º Salão de Abril’, com curadoria de Jonas Van, Galciani Neves e Victor Perlingeiro, em Fortaleza (CE), em 2023.

E ainda: ‘Carolina Maria de Jesus, um brasil para brasileiros’, com curadoria de Hélio Menezes e Raquel Barreto, no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo (SP), em 2019; ‘Raio a Raio’, realização do Solar dos Abacaxis, no Museu Arte Moderna (MAM), com curadoria de Ariana Nuala, no Rio de Janeiro (RJ), em 2022; e 16° Salão Municipal de Artes Plásticas (Samap), no Casarão 34, em João Pessoa.

Entre suas principais publicações estão os livros ‘Mostrar para a terra o tempo’ (2024) e ‘Obé – Poesias y Orikis’ (2021), além de textos em coletâneas e revistas. Ele dirige e roteiriza os filmes ‘Vizinhança’ (2023), ‘Axé meu amor’ (2023), ‘Calunga Maior’ (2022), ‘Visitas’ (2020), ‘Notas de Falecimento’ (2020), ‘Axó’ (2019) e ‘Santos Imigrantes’ (2018).

Participou da Residência ENA, com mentoria de Eustáquio Neves, em Diamantina (MG), em 2022; Residência na Pivô – Arte e Pesquisa, em São Paulo (SP), em 2021, com mentoria de Hélio Menezes; e participou do Programa de Acompanhamento de Práticas Artísticas (Popav), com mentoria de Clarissa Diniz e Gustavo Torrezan, no Sesc CPF, em São Paulo (SP), em 2022.



Fonte: Espaço PB com Assessoria – Foto: Camila Silva – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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