Gatos: conheça as 5 doenças principais que podem ser transmitidas do animal para humanos

Publicado em: 17/09/2023 às 12:05
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Gatos fornecem apoio emocional, melhoram o humor e contribuem para o bem-estar geral de seus tutores. Isso está comprovado cientificamente. Eles também ajudam a promover a socialização entre indivíduos mais velhos e pessoas com deficiência física ou mental.

Isso torna os gatos ótimos companheiros e, embora o contato com eles seja seguro na maior parte do tempo, é preciso estar ciente de que mordidas e arranhões de gatos podem transmitir germes nocivos que podem causar uma variedade de doenças. Desde pequenas infecções de pele até doenças graves.

Todos os animais podem transmitir zoonoses aos homens. Mas alguns estudos mostram que o gato pode transmitir doenças um pouco mais complicadas para o homem porque embora ele seja um animal domesticado, ele tem hábitos selvagens — diz o médico veterinário Alexandre Pina, especialista em virologia e professor da Universidade Unigranrio de Duque de Caxias.

O caso de um homem do Reino Unido que foi mordido por um gato na rua chamou a atenção para esse risco. O paciente, de 48 anos, foi mordido várias vezes por um felino desconhecido. Oito horas depois, suas mãos estavam tão inchadas que ele foi levado ao pronto-socorro.

As perfurações causadas pelas mordidas foram limpas. Ele recebeu uma vacina antitetânica e foi encaminhado para casa com antibióticos. No dia seguinte, ele voltou ao hospital com os dedos mindinho e médio da mão esquerda dolorosamente inchados. Os dois antebraços também estavam vermelhos e inchados.

 

Desta vez, os médicos tiveram que remover cirurgicamente o tecido danificado ao redor das feridas. Ele também recebeu três antibióticos diferentes por via intravenosa e foi enviado para casa com antibióticos orais. Felizmente, o tratamento funcionou e ele se recuperou totalmente.

Ao analisar os micro-organismos presentes nas amostras das feridas para descobrir o que havia causado essa forte infecção, os médicos encontraram algo inesperado: uma bactéria irreconhecível, semelhante ao Streptococcus. Após o sequenciamento do genoma, os pesquisadores descobriram que se tratada de um germe novo, nunca documentado, pertencente ao gênero de bactérias gram negativas chamado Globicatella. O caso foi relatado em um artigo publicado na revista científica Emerging Infectious Diseases.

Muitas bactérias já conhecidas desse gênero são resistentes a antibióticos. Felizmente, a cepa recém-descoberta respondeu bem a pelo menos alguns tratamentos. Mas, segundo o infectologista Alexandre Naime Barborsa, professor da Unesp e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, esse relato de caso traz dois alertas.

— O primeiro deles é não negligenciar nenhum tipo de acidente com gato ou cachorro porque podem transmitir doenças. O segundo, é ter uma vigilância epidemiológica genômica para identificar qual é o patógeno causador da infecção porque podemos nos deparar com uma nova espécie e isso pode ter implicações no tratamento.

Nos Estados Unidos, mordeduras e arranhões de gatos são responsáveis por 66 mil visitas anuais ao departamento de emergência. Qualquer animal – gato, cachorro e até mesmo seres humanos – podem abrigar patógenos ruins, em especial na boca. Mas, segundo Barbosa, ser mordido ou arranhado por um gato é potencialmente mais perigoso do que por um cachorro, por exemplo.

Isso acontece porque eles têm dentes e garras mais finos e pontiagudos, que entram mais profundamente na sua pele. Ou seja, os possíveis patógenos – vírus, bactérias e fungos – também podem penetrar mais profundamente e se espalhar pelo organismo.

— O hábito desses animais também influencia. Os gatos costumam mexer com terra e afiar as garras nas árvores, o que aumenta o risco de estarem contaminadas com algum agente infeccioso — pontua o infectologista.

verdade que a maioria dos arranhões de gato não causa doenças. No entanto, pode haver a transmissão de bactérias, parasitas , fungos e vírus.

As doenças mais comuns transmitidas por gatos aos humanos são:

  • raiva;
  • esporotricose: uma doença fúngica que causa feridas na pele de várias regiões do corpo;
  • micoses de pele;
  • bactérias, como Pasteurella multocida, Staphylococcus aureus e Bartonella henselae;
  • toxoplasmose

Como já era de se esperar, mordidas e arranhões de gatos selvagens ou de rua são mais potencialmente perigosas que a de animais domésticos, que ficam restritos dentro de casa. A principal forma de prevenção de doenças transmitidas por gatos é lavar imediatamente o local com água e sabão da mordida ou do arranhão e, em seguida procurar atendimento médico.

— Toda vez que um animal morder ou arranhar uma pessoa, imediatamente tem que limpar o local porque sempre tem o risco de contrair uma infecção, principalmente se for um animal que você não conhece o histórico, como um animal de rua porque há maior probabilidade de ele estar contaminado com algum micro-organismo oriundo de presas como roedores, pássaros e pequenos répteis, que possuem uma carga microbiana que não conhecemos tanto — avalia Pina.

A avaliação médica, principalmente mediante sinais de infecção, como dor, inchaço, vermelhidão e aumento da temperatura no local, é fundamental — completa Barbosa.

Em geral, o tratamento é feito com antibióticos ou antifúngicos específicos.

Outras formas de prevenção incluem: mantenha as vacinas do seu gato em dia; não deixar um gato lamber uma ferida; não deixar um gato lamber sua comida ou seu rosto; lavar as mãos antes de comer; cobrir as caixas de areia para manter os gatos afastados; mantenha seu gato dentro de casa e longe de outros gatos.



Fonte: espaçopb@gmail.com com O Globo

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