Evento na Paraíba marca os 65 anos dos primeiros registros audiovisuais do Quilombo do Talhado

Em 1957, os jornalistas Linduarte Noronha e Dulcídio Moreira subiram a cavalo a Serra do Talhado, no município de Santa Luzia, na Paraíba, e lá fizeram os primeiros registros visuais do quilombo que três anos depois se tornaria conhecido em todo o país através de ‘Aruanda’, obra fundante da linguagem do moderno documentário brasileiro e reconhecida como precursora do Cinema Novo. Dessa primeira visita ao local, resultaram fotorreportagens publicadas pelos jornais A União, por Linduarte, e O Estado de São Paulo, por Dulcídio.

Em comemoração a esse primeiro encontro que resultou em um forte vínculo do Quilombo do Talhado com o audiovisual, será realizado neste domingo (13) e na segunda-feira (14), no município de Santa Luzia, o evento ‘Talhado no Cinema – Cinema no Talhado’, promovido pela Academia Paraibana de Cinema (APC), Associação das Louceiras Negras do Talhado, Café Cultura, Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Histórico e Geográfico de Santa Luzia, Secretaria Municipal de Cultura, Ciência e Tecnologia de Santa Luzia e Yayú Aventura.

Logo na abertura, no dia 13, haverá uma sessão do Cineclube Sílvio Tendler, na sede do Café Cultura, iniciando com ‘Jornalista Marinheiro’, sobre Dulcídio Moreira, prosseguindo com ‘Aruanda’e outros três documentários que têm como tema o Quilombo do Talhado. A programação do evento prossegue no dia 14 com atividades na cidade e no Quilombo do Talhado.

Programação

Dia 13 (Centro de Ciências e Artes do Café Cultura)

18h30 – Recepção dos participantes pelo Reisado da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

19h – Sessão de abertura

19h30 – Sessão Cineclube Sílvio Tendler com a seguinte programação: ‘Jornalista Marinheiro’, de João de Lima Gomes – 18’; ‘Aruanda’, de Linduarte Noronha – 21’21”; ‘Talhado’, de Aderivaldo Nóbrega – 15’12”; ‘Talhado: Arte e Resistência’, de Laena Antunes – 17’58”; e ‘Rita, Preta da Paraíba’, de Diovanne Filho – 21’57”.

Debate sobre os filmes com Aderivaldo Nóbrega (do Café Cultura, professor e cineasta), Adilson Luiz (cineasta), Antônio Baruty Novaes (do Núcleo Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros e Indígenas da UFPB, professor), Diovanne Filho (cineasta), João de Lima Gomes (cineasta – professor Departamento de Comunicação da UFPB) e Solange Rocha (do Núcleo Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros e Indígenas da UFPB, professora).

Dia 14

8h – Encontro na Escola Quilombola

Das 8h15 às 9h – Visita ao Galpão das Louceiras no Quilombo Urbano – encontro com Neusa, atriz natural de ‘Aruanda’

Das 9h15 às 9h45 – Visita ao Mirante do Monte de São Sebastião. Encontro com Erick, ator natural de ‘Aruanda’

10h – Visita ao Museu Comunitário Jeová Batista

11h – Deslocamento para o Quilombo do Talhado

12h30 – Almoço no Talhado – encontro com Jovelina, atriz natural de ‘Aruanda’

13h30 – Abertura de exposição de material iconográfico sobre o vínculo do Talhado com o audiovisual, seguida de roda de conversa com Ana Maria dos Santos (Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos), Élio Flores (professor do Departamento de História da UFPB), Janaína Santos (quilombola – IHGSL), Joselito Eulâmpio da Nóbrega (IFPB – IHGSL) e Tereza Nóbrega (secretária municipal da Cultura)

15h – Tempo livre para passeios pelas redondezas guiados pela Yayú Aventura, filmagens, fotos e interação com quilombolas

17h – Retorno a Santa Luzia