Cerca de 25 crianças e adolescentes vítimas de acidentes domésticos são atendidas por dia em hospital de João Pessoa

Publicado em: 26/06/2021 às 09:30
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Férias, período de descanso e animação familiar, mas também de redobrar a atenção nos cuidados com crianças e adolescentes por ser um período no qual os hospitais registram maior ocorrência de pacientes com esse perfil vítimas de acidentes domésticos, como quedas, queimaduras, intoxicação e até mesmo afogamento.

Os profissionais da rede municipal de João Pessoa reforçam a recomendação aos pais e responsáveis da importância de seguirem atentos para evitar acidentes no ambiente familiar, principalmente neste período de pandemia.

O Núcleo de Vigilância Hospitalar de Epidemiologia (NVHE) do Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio de Miranda Burity registrou 3.833 atendimentos de crianças e adolescentes de zero a 19 anos nos meses de janeiro a maio de 2021, o equivalente a uma média de 25,3 acidentados por dia. Um pouco mais do que o mesmo período do ano 2020, no qual a equipe do Complexo registrou 3.660 atendimentos.

O núcleo trás registros de atendimento no ambulatório, clínica cirúrgica, clínica médica, ortopedia e buco maxilo, além da pediatria, fisioterapia, reeducação postural global (RPG), reumatologia, auriculoterapia, psiquiatria, osteopatia e raios-x.

Segundo a supervisora do Pronto Socorro, a enfermeira Emília Nunes, todos os pacientes que dão entrada nesse setor passam pelo acolhimento e os que não podem ser atendidos são encaminhados para os hospitais de referência da cidade, como o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, que recebe casos de trauma mais graves na região da coluna ou da cabeça.

Quando adolescentes ou crianças, os pacientes podem ser encaminhados, ainda, para o Hospital Infantil Arlinda Marques ou Hospital Municipal do Valentina Figueiredo. Em casos de afogamento ou convulsão é feita a estabilização para, posteriormente, ser feita a transferência.

A gerente de Vigilância em Saúde do Complexo, Leina Guerra, explica que a maior parte dos pacientes passa pela ortopedia, como demostra os dados do Núcleo de Vigilância Hospitalar de Epidemiologia – sendo 2.124, em 2020 e 1.417, em 2021. “Essa é a especialidade do Hospital do Trauma de Mangabeira. A unidade dispõe de estrutura para tratar de fraturas e lesões, inclusive cirurgia, caso seja necessário. Casos de quedas, cortes e escorregões são os mais comuns”, explica.

Segundo ela, a equipe registra no relatório do setor atendimentos em crianças e adolescentes de zero a quatro anos, de cinco a nove anos, de 10 a 14 anos e de 15 a 19, sem apresentar variação expressiva entre cada faixa etária.

Serviços

O Complexo Hospitalar de Mangabeira (Ortotrauma) é uma unidade de urgência e emergência com referência em ortotraumatologia, com atendimento ininterrupto, 24 horas, de segunda a segunda. Presta atendimento no chamado “porta aberta”, que é a emergência a pacientes para a ortopedia – extremidades e partes abaixo do joelho.

O coordenador-geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de João Pessoa (Samu-JP), Galileu Machado, alerta que é preciso manter a atenção redobrada quando se trata de prevenção de acidentes domésticos. Segundo ele, os acidentes mais comuns são afogamento, queda e intoxicação, além de queimaduras no período das festividades juninas.

Caso aconteça algum desses acidentes, o primeiro cuidado que a pessoa deve tomar é acionar o Samu o mais rápido possível, através do número 192, e responder as perguntas dos atendentes que estão de plantão. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas. Outra opção é o Corpo de Bombeiros 193 ou um pronto socorro.

A empresária e professora Izabela Aranha, mãe de gêmeos de dois anos, conta que segue na pandemia com uma rotina desafiadora. Desde o início tirou as crianças da creche e, por cuidado, ela e o marido resolveram não ter babá ou profissional para as tarefas de casa. “Revezamos nos cuidados. Já adaptamos nossas rotinas diversas vezes. Mantemos eles distantes de material de limpeza, do fogão e de escadas”, declara.

Ela lembra ainda que as brincadeiras são supervisionadas. “Acontecem pequenas quedas, mas por deixarmos eles livres um pouco. Já é bastante limitada a rotina com pouca interação social e de exploração de novos ambientes por conta da pandemia. Estamos em estado de alerta constante. Porém, sem privá-los do brincar”.

Dicas de segurança

Nas piscinas, a recomendação é instalar cercas de, no mínimo, 1,5 metros, com portão com trava de segurança; criança na piscina sempre deve estar sob supervisão de um adulto. Deve-se instalar redes nas janelas; usar as bocas de trás do fogão, mantendo os cabos das panelas virados para dentro; e manter produtos de limpeza e remédios fora do alcance da criança.

E mais: ter cuidado com o banheiro, local propício para escorregar, cair e bater a cabeça (o vaso sanitário deve ter uma trava de segurança na tampa). Já as escadas devem ter proteção nas duas extremidades e se for aberta deve ter rede; ter cuidado na escolha dos móveis, evitando aqueles que a criança possa escalar e possuem quinas; ter cuidado com objetos pequenos que possam ser engolidos; e evitar tapetes que a criança possa escorregar.



Fonte: Espaço PB com Secom-PMJP (Ângela Costa) – Foto: Divulgação – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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