Brasil conquista no skate sua primeira medalha olímpica em Tóquio

Publicado em: 25/07/2021 às 04:30
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A primeira medalha do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020 vai ficar na história. Afinal, ela veio na primeira final olímpica do skate, incluído no programa olímpico pela primeira vez na edição de 2021. Na madrugada deste domingo (25), o paulista Kelvin Hoefler conquistou a prata no street masculino ao somar 36,15 na final, ficando atrás apenas do japonês Yuto Horigomi, que somou 37,18. O norte-americano Jagger Eaton completou o pódio com uma nota geral de 35,35.

Foi uma final digna de Olimpíadas, e uma performance estelar do brasileiro. Kelvin liderou a bateria durante a primeira metade, viu Horigomi passar à frente nas manobras individuais e fechou de forma perfeita, com sua melhor nota, para garantir a prata. Outro brasileiro, Felipe Gustavo, já tinha feito história ao ser o primeiro skatista a competir nos Jogos Olímpicos.

“Isso aqui representa o skate brasileiro, a nossa garra e a nossa persistência. Isso aqui não é só meu, não, é o skate do Brasil que merece isso aqui, merece até mais. Isso aqui é o começo de uma geração do Brasil que está por vir, e amanhã tem muito mais”, disse Hoefler à TV Globo, após receber a medalha de prata.

O ouro ficou com o melhor skatista do Japão, atual vice-campeão mundial e segundo colocado do ranking, que, após um começo decepcionante nas duas voltas, assombrou com quatro manobras quase perfeitas. Natural de Tóquio, Horigomi teve a melhor nota de toda a competição com um 9,50. O garoto norte-americano Jagger Eaton, de 20 anos, ficou na terceira posição também graças a grandes manobras, mas errou as duas últimas tentativas, perdendo a chance de passar Kelvin e Horigomi.

Lenda do skate e atleta mais bem sucedido da história da modalidade, o norte-americano Nyjah Huston sentiu o clima e a pressão, só completou um dos cinco truques individuais e terminou num decepcionante sétimo lugar dentre os oito finalistas.

Kelvin foi o quinto a entrar na pista. Sua primeira volta foi quase perfeita, sem quedas e com switches, slides e giros difíceis. Único a não cair, ele recebeu 8,98, melhor nota da primeira volta, assumindo a liderança.

O nervosismo parecia afetar os demais concorrentes, que cometeram erros na segunda volta. Hoefler, com boa nota na primeira volta, entrou para a segunda tranquilo e fez volta no mesmo nível, sem erros e uma nota 8,84.

Os norte-americanos, contudo, reagiram com força. Nyjah Huston se recuperou na segunda volta, com uma nota de 9,01. O garoto Jagger Eaton foi ainda melhor, com 9,05. Na soma das notas, porém, Kelvin seguia na ponta, com 17,82.

O nível subiu na hora das manobras. Quatro dos seis que completaram o primeiro truque fizeram nota 9 ou mais; Kelvin ficou perto: somou 8,99 e permaneceu na frente. No segundo truque, todos os finalistas caíram, e só Jagger Eaton pontuou.

Na terceira manobra, Hoefler tentou o mesmo de seu segundo truque e errou novamente. Eaton teve a melhor nota até ali, com um 9,40, e saltou à primeira posição. Horigomi, Milou e Giraud também fizeram boas manobras e saltaram à frente do brasileiro.

Na quarta manobra, Horigomi fez bonito com um giro de 360° e um slide com o nose, que lhe valeu uma nota de 9,50. Kelvin completou uma bela manobra, mas como precisou tocar o chão com as mãos para não cair, recebeu 7,58 e voltou ao terceiro lugar.

Horigomi consolidou a medalha de ouro com um 9,30 na última manobra. Kelvin Hoefler garantiu o pódio com um giro de 180° e slide com o nose. A nota de 9,34 colocou o brasileiro na segunda posição. Apenas Jagger Eaton poderia tirar a prata dele, mas o norte-americano caiu, garantindo assim a prata para o Brasil.



Fonte: Espaço PB com G1 (João Gabriel Rodrigues) – Foto: Toby Melville – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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