Bactérias “gritam” quando morrem e complicam ação dos antibióticos

Publicado em: 28/08/2020 às 10:30
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Uma nova investigação, conduzida por cientistas da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, descobriu que algumas bactérias “gritam” quando morrem, complicando o trabalho dos antibióticos administrados para combate-las. A investigação descobriu que bactérias que atuam em “enxame”, como é o caso da E. coli, emitem alarmes químicos que avisam as outras bactérias sobre eventuais perigos.

Esses organismos parecem ser capazes de detectar a presença de perigos, como os antibióticos administrados para os combater, e enviam sinais (necrosignals) para as suas companheiras quando morrem, para que essas possam iniciar uma mutação de forma a conseguir obter resistência ao fármaco, conta o portal Live Science.

A equipe chegou a essa descoberta depois de notar que a administração de alguns antibióticos parecia apenas matar parte de uma colônia de bactérias. Depois de levar a cabo investigações mais aprofundadas, a equipe descobriu que, quando antibióticos atingem um grupo de bactérias E. coli, a bactéria “moribunda” envia um sinal químico que faz com que os seus vizinhos comecem a se adaptar rapidamente à ameaça, aumentando assim as suas possibilidade de sobrevivência.

Trata-se de um comportamento pró-social: em causa está uma adaptação que não ajuda o indivíduo a sobreviver, mas permite que ele use a sua morte para ajudar a colônia, dando-lhe mais hipóteses de sobreviver e se reproduzir. “As células mortas estão ajudando a comunidade a sobreviver”, disse Rasika Harshey, professor de Biociências Moleculares na Universidade de Austin e co-autor do estudo, cujos resultados foram publicados esta semana na revista Nature Communications.



Fonte: Espaço PB com Zap – Foto: Reprodução – contato@espacopb.com.br

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