Associação Paraibamel da Aldeia São Miguel participa da 1ª Feira da Agricultura Familiar Indígena em Baía da Traição

Publicado em: 29/09/2023 às 18:55
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A Associação Paraibana dos Produtores de Mel de Baía da Traição (Paraibamel), instalada na Aldeia São Miguel, participou esta semana da 1ª Feira da Agricultura Familiar Indígena em Baía da Traição, promovida pelo programa Jornada Paraíba Produtiva, da Gerência Regional da Empresa de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer) de João Pessoa, que abrange todo o litoral paraibano.

A Feira da Agricultura Familiar Indígena no município de Baía da Traição contempla várias tribos Potiguara do litoral norte da Paraíba. Agora, são 95 Feiras da Agricultura Familiar funcionando em todo o estado, implantadas pelo governo do estado, por meio da Empaer), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Durante a primeira feira, na região habitada pelos indígenas dos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto, até a última terça-feira (26) foram emitidos 1.195 Cadastros da Agricultura Familiar (CAF). A equipe técnica do governo estadual continua fazendo o atendimento continuado às famílias.

“Na questão da agricultura familiar, é muito importante essa feira, onde a gente tá fechando parcerias. Temos empresários aí que já estão conversando sobre a questão do mel, das frutas, e querem pegar nossos produtos. Isso é um olhar diferente e vai fortalecer a nossa agricultura familiar indígena”, avalia o vereador Ronaldo do Mel (sem partido), apontando: “Um dos entraves à agricultura familiar se chama comercialização”.

Para Ronaldo, que também é um dos coordenadores da Associação Paraibana dos Produtores de Mel de Baía da Traição (Paraibamel), instalada na Aldeia São Miguel, boa parte dos produtores e agricultores indígena sabe produzir, trabalhar com a terra, plantar e acolher, mas, quando chega na comercialização, às vezes tem um entrave. “A comercialização é importante pra escoar a produção e gerar renda, mantendo o agricultor na terra, para ele não sair para a cidade, outros centros urbanos, onde muitos viram moradores em situação de rua”.

A feira dispõe de barracas padronizadas para os produtores rurais comercializarem diversos produtos, como inhame, batata-doce, macaxeira, coco, pimentão, alface, coentro, cebolinha, pimentão e couve, além de produtos do artesanato indígena. A ação tem parceria com a Prefeitura de Baía da Traição (PMBT) e com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

 

Convites para outras feiras

Com a feira em Baía da Traição, Ronaldo do Mel ressalta que já têm convites para os agricultores indígenas participarem de outras feiras, em outros municípios dentro do estado, em universidades e até em eventos fora da Paraíba. “Vamos levar para outros lugares essa produção sustentável e nosso objetivo é para que o indígena, o agricultor, o apicultor, o médio produtor, tenha onde botar sua produção”.

A Associação Paraibamel, assegura Ronaldo, vem fazendo esse papel de comercialização também. “A gente sabe que o produtor e apicultor indígena precisa desse suporte de comercialização”, repete o vereador, que também responde pela vice-presidência da Câmara Municipal de Baía da Traição (CMBT). E ele revela: “A gente tem um empresário agora que está em conversas com a Paraibamel. Ele, futuramente, vai nos dar todo suporte, nos garantindo a compra de toda a nossa fruta, de todo o nosso mel”.

O empresário apontado por Ronaldo é do Açaí Mix, que teve o lançamento do Açaí Potiguara na 1ª Feira da Agricultura Familiar Indígena, em Baía da Traição. A empresa é sediada no município de Mamanguape e estaria sendo preparada para produzir 300 toneladas de polpa de fruta por mês. “Em relação à nossa produção de mel, que chega a doze toneladas, a Associação já está fechando o contrato. Eles vão pegar toda a produção do mel”.

Ronaldo ainda destaca: “Isso é sustentar nosso povo, sustentar nossos filhos e nossos netos para que tenham uma esperança, uma expectativa e que sigam esse caminho, aproveitando as nossas boas práticas, principalmente de manter nossas matas, nossas fruteiras; e isso formará, com certeza futuramente, nossos filhos e netos, futuramente em doutores em solo, agrônomos, biólogos, apicultores, agricultores, cientistas... É essa a multiplicação que a gente quer fazer e atingir”.



Fonte: Espaço PB com Assessoria – Foto: Divulgação – Contato: jorgerezende.imprensa@gmail.com

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