Músico símbolo da cultura nordestina no Distrito Federal, Sinézio Cordeiro morre com sintomas da covid-19

Publicado em: 05/07/2020 às 21:25
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O Distrito Federal – e o Brasil – perdeu na manhã deste domingo (5) Sinézio Cordeiro de Araújo, vice-presidente da Associação dos Forrozeiros do Distrito Federal (Asforró) e músico do Trio do Nordeste. O pernambucano que marcou o movimento da cultura nordestina em Brasília foi vítima de uma parada cardíaca.

Segundo conhecidos de Sinézio, ele havia manifestado sintomas do novo coronavírus na quarta-feira (1º), mas ainda não há confirmação da infecção. O óbito foi constatado por volta das 7h deste domingo e a notícia entristeceu grande parte dos músicos de forró da capital, que encontravam nele uma inspiração.

“O Sinézio tem uma história firme em Brasília com a bandeira da cultura nordestina. Ele foi um artista popular que alcançou um reconhecimento muito grande no Distrito Federal e nunca perdeu a humildade. Pelo contrário, Sinézio carregava um espírito humano, de quem queria agregar e estava sempre somando, ajudando outros músicos, porque gostava de ver nosso forró brilhando”, contou o presidente da Asforró, Marques Célio Rodrigues, 57.

Pai de dois filhos, ele se orgulhava de ter conseguido ver o garoto e a menina se formarem no ensino superior. A família sempre foi um dos pilares de Sinézio, que levava a paixão pela cultura nordestina para dentro de casa. O filho Samuel Gomes, 21, começou a tocar sanfona com 9 anos e também carrega os ensinamentos do pai.

As principais festas juninas do Distrito Federal contavam com a participação de Sinézio, que costuma não ter espaço na agenda em junho e julho. Outra marca na história do forrozeiro foi o prazer de ter tocado com Luiz Gonzaga, quando o Rei do Baião esteve na Casa do Cantador, em Ceilândia.

O secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, também lamentou a morte do músico. Nordestino que adotou Brasília como casa, Rodrigues reconheceu a lacuna que a ausência do artista deixa na capital, bem como a lição e o orgulho que Sinézio deixou para a comunidade nordestina em Brasília. “A sanfona foi o instrumento, o forró foi o estilo, a voz a inspiração para uma geração de músicos que darão continuidade ao seu trabalho de unir o Brasil em torno de uma das mais ricas manifestações culturais do nosso cancioneiro. Que Deus o acolha para que anime o céu com a mesma alegria com que sempre nos brindou aqui na Terra”, desejou.

O sepultamento foi realizado na tarde deste domingo, no Campo da Esperança de Taguatinga. Por conta da suspeita da covid-19, não houve velório.



Fonte: Espaço PB com Correio Braziliense (Alan Rios) – Foto: Divulgação – contato@espacopb.com.br

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